De repente uma família

“De repente uma família”- “Instant Family”, Estados Unidos, 2018

Direção: Sean Anders

Oferecimento Arezzo

A verdade é que o assunto “adoção” é um daqueles que chegam a ser tabu. O filme vai contar sobre os Estados Unidos e como a cultura americana reage ao tema.

Aliás, o diretor em um depoimento à imprensa, contou que o filme era sobre ele. Adoção era um assunto da vida dele. E, quando ficamos sabendo disso, a sinceridade do diretor e roteirista ganha nossa simpatia.

Porque sabemos como é difícil. Passada a lua de mel obrigatória na adoção, os conflitos vão aparecer. No filme aparecem logo.

E o grupo de apoio que os pais adotivos passam a frequentar, conhecem a agenda que os pais adotivos recentes de uma adolescente e seus dois irmãos menores vão ter que enfrentar.

A rejeição, o medo, os horrores talvez, os abusos, são a carga que os três trazem para aquela casa, antes tão silenciosa e bem arrumada.

E mais não conto. Só vendo o filme. Porque o choque das realidades é inevitável.

Mark Wahlberg, o pai e Rose Byrne a mãe, estão ótimos fazendo seus personagens. Mas Isabela Merced brilha de maneira especial, roubando a cena como a adolescente que não sabe o que é obedecer e que tem muita raiva para por para fora, ao mesmo tempo que cuida amorosa dos irmãos.

O diretor sabe o que pedir tanto aos atores adultos como aos mirins.

O filme não é drama nem comédia, apesar de ter um pouco de cada um desses climas. Risadas e lágrimas. Medo de rejeição.

Mas o filme é principalmente honesto quando não toma partido e é também sincero e mostra como é difícil para os dois lados. E é por isso que nos identificamos com o casal que adota mas também com a ambivalência de sentimentos. Nada de certezas.

É um filme que talvez seja rejeitado por alguns, mas a maioria precisava ver.

Ler Mais